Mon rêve!
Não sei quantas vezes repeti isso antes, durante e depois de ir ao carnaval de Veneza.
Era meu sonho ver esse famoso carnaval histórico e cheio de charme.
Quando estava no Brasil dizia que ia pra Veneza no carnaval só porque estaria na Europa, mas nunca imaginei que iria mesmo. E um dia, quando já estava aqui na França, passei horas conversando com o pai da Nathalie, enquanto comíamos uma deliciosa racletti, sobre o carnaval que ele já tinha conhecido mas não considerava algo tão deslumbrante. A gente falou sobre as origens...a única época do ano em que os nobres se juntavam ao povo e que, sem revelarem suas identidades, podiam desfrutar do carnaval sem sofrerem consequências depois.
No dia em que compramos nossa viagem (por 150 euros!!) me lebrei dessa conversa, o que há dois meses atrás parecia só um sonho ia mesmo se tornar realidade!

Pegamos o ônibus sexta-feira a noite, ele atrasou e passamos um frio danado esperando em Chambéry, enquanto isso ficamos falando sobre uma provável lenda urbana que a Nathalie nos contou no caminho e que tava matando a Anita (eu e Greta um pouquinho também) de medo. A Marina chegou depois com sua família e repetimos a história da "mulher-homem serial-killer de Chambéry" contra a vontade da Anita, foi super engraçado.
Entramos no ônibus que era tão, mas tão apertado que sinceramente eu não sei como as pessoas maiores do que eu sobreviveram até o fim da viagem.
Não paramos em nenhum hotel, chegamos na Punta Sabbioni, deixamos as coisas no ônibus e fomos direto pegar o vaporetto pra Veneza. O dia estava maravilhoso!
foi a 1ª vez que a Anita viu o mar :)
Chegando em Veneza já ficamos encantadas e queríamos tirar fotos com todo mundo que encontrávamos no caminho, as máscaras eram maravilhosas, não sabíamos pra que lado olhar.
Eu e Marina nos separamos do grupo porque íamos almoçar num restaurante diferente (Terrazza Danieli),é o restaurante onde a Angelina Jolie e o Johnny Depp gravaram "The tourist", fica num hotel chamado Danieli, um dos mais chiques de Veneza. Fomos lá comemorar nossos
6 meses de intercâmbio!
O interior do hotel era maravilhoso e as fantasias das pessoas que entravam também.
A comida estava maravilhosa!
Depois do almoço ficamos um tempão esperando a Cecile aparecer pra nos levar pra onde estava todo mundo, enquanto isso tiramos muitas fotos da vista linda de Veneza ensolarada e dos mascarados que passavam pela gente.
Fomos pra praça San Marco encontrar todo mundo (isso inclui Rocco, um italiano que mora na França há 30 anos que grudou na gente e pagou de nosso guia a viagem toda, na verdade ele é meio que guia mesmo, mas só descobri isso quando já estava na França e eu e Marina passamos a viagem achando que ele ia nos sequestrar haha). Veneza estava lotada, mas é estranho porque mesmo havendo muita gente nós não tínhamos aquela sensação de aperto típico de carnaval.
Os mascarados passavam pela gente atraindo todos os olhares, eu não conseguia deixar de pensar como seria o rosto de quem estava por trás das máscaras. Sempre foi isso o que me fascinou no carnaval de Veneza, o mistério de não ter a mínima idéia de quem está passando por você, tirando fotos ao seu lado e te fazendo uma reverência.
As pessoas que se fantasiam com roupas e máscaras tão lindas e caras têm também a disposição e a paciência de ficar bastante tempo paradas para tirarem fotos com os turistas. Muitos dos fantasiados eram franceses, mas a cada foto tirada treinávamos nosso italiano dizendo "grazie" e ouvindo em troca "prego" (estou até hoje usando o "grazie" ao invés do "merci").
Fomos passear por Veneza e procurar máscaras pra mim e pra Marina porque éramos as únicas que ainda não tínhamos. No caminho, claro, fomos fazendo mais fotos com as pessoas fantasiadas (nem todas são mascaradas).
Me apaixonei pelas ruazinhas e pontezinhas de Veneza, por todos os lados haviam lojas de máscaras, a Marina achou logo a dela, mas como sempre, demorei pra encontrar uma pra mim.
Vocês sabiam que pra passear de gôndola por Veneza é super caro? Uns 80 euros! Então, fiquei sabendo disso ainda na França e já fomos sem contar com o típico passeio (vamos deixar pra fazer quando casarmos e o marido paga né), mas o Rocco achou uma gôndola que cada um precisaria de pagar 0,50 euros, só pra dizer que fizemos. Foi legal, apesar de termos corrido um grande risco de virar com umas 10 pessoas na gôndola que vacilava a cada vez que alguém se movia! haha
Andamos mais um pouco, fiz um vídeo, fotos, finalmente achei minha máscara... e fomos comer o amado gelatto italiano. Muito delícia! Desde Turin que sonhava em tomar de novo o sorvete que não tem somente a fama de ser o melhor do mundo!

Já estava de noite quando pegamos um barco para irmos na
Ponte de Rialto que a Marina disse que eu tinha que conhecer (o resto do grupo já tinha conhecido), fomos fazendo uma confusão no barco cantando músicas em francês e em todas as línguas. Veneza de noite é a coisa mais linda !!!
Nossa, fiquei encantada, achei que depois do dia maravilhoso de sol que fez nada mais me surpreenderia. É tudo consideravelmente silencioso para um carnaval (fora o barulho que a gente fazia), há o reflexo das luzes na água e as casas que nos fazem pensar quem moraria em um lugar tão... diferente. De vez em quando tinha uma luz ou outra acesa, revelando grandes salas com lustres antigos, mas não acredito que essas casas sejam realmente habitadas o ano inteiro.
Como a história se repete, do mesmo jeito que aconteceu no 1º dia que estávamos em Paris, acabou-se as baterias das máquinas de todo mundo e perdemos muito de Veneza by night. O ipod nos salvou um pouco, mas não é a mesma coisa né.
Passeamos mais ainda pelas lojas da ponte,fizemos comprinhas e fomos comer uma pizza nada boa mas barata de 7 euros.
Pegamos nosso barco para voltarmos para o ônibus e irmos pro hotel. Meia hora de barulho na parte lá de baixo do barco. Sentamos numa parte mais alta e fomos cantando em várias línguas, o Rocco deu uma de "animador" e nos ensinou uma daquelas musiquinhas que alguém canta algo e o resto repete...até dançamos a macarena! Acho que nem precisa de descrever a cara das pessoas que estavam na parte de baixo do barco junto com a gente. Alguns estavam amando e morrendo de rir, outros só observavam.

Nosso ônibus atrasou e depois que ele chegou um casal nos atrasou mais ainda, o que nos matou de raiva porque poderíamos ter passado mais tempo em Veneza.
A noite estava longe de acabar, depois de 1 hora e meia de viagem até o destino ficamos super entusiasmadas ao descobrir que nosso hotel era na verdade um castelo e o nosso quarto era digno de princesas.
Lógico que não dormimos tão cedo né, ficamos conversando, tirando mais muitas fotos, comendo... tomei um banho no nosso lindo toillette/salle de bain e já estava bem tarde quando finalmente fui dormir na cama maravilhosa que compensou a noite no ônibus apertado! :)