Uma semana antes do Halloween meu irmão começou a falar sobre o assunto. Ele disse que estava disposto a me levar para pedir bombons (entende-se balas) nas casas como em um típico dia das bruxas. Apesar dessa tradição não ser tipicamente francesa, as crianças a seguem, e mesmo eu não sendo criança eu podia fazer, afinal, eu sou intercambista (sempre a mesma desculpa), brasileira, e nunca fiz isso.
Ele me deu várias opções de programações pro dia, mas deixou a entender que tinha uma festa que ele queria ir. Então, pra não ser estraga-prazeres disse que eu poderia ir na festa com ele, e ele, pra agradar (na verdade acho que tava louco pra fazer isso também) disse que falaria com seus amigos pra gente antes da "festa" pedir os doces. Concluindo, só faltava ele pedir pro amigo dele me convidar pra gente poder ir na festa! haha Eu sei que é complicado, mas a confusão que o Arthur fez por causa dessa festa foi mesmo enorme. Pra chegar logo ao ponto a gente acabou conseguindo levar a Marina também.
Meu irmão passou a semana enxendo o saco, toda hora falando que a gente precisava arranjar uma fantasia, porque era obrigatório se fantasiar senão íamos ser as mais sem-graças da festa, e mais, precisava de ser uma fantasia que desse medo. Tá, como faz agora? A gente não tinha idééia do que fazer, nem ele, mas ele não parava de botar pressão pra gente se virar logo.
Mas como sempre eu sou uma pessoa despreocupada, nem liguei pra ele (o que o irritou um pouco), e ainda ficava fazendo piadinha. Por exemplo, um dia em Agde eu disse: "Arthur, que tal se a gente for de múmia? É só pegar papel higiênico e enrolar", ele, achando que eu sou louca "É claro, que não, que coisa bizarra, além do mais acabou o papel higiênico normal e só tem rosa", eu "Que ótimo, imagina Marina que legal, a gente de múmias rosas?!" hahaha Não sei como ele sempre acredita nessas coisas e ainda fica irritado! Tadinho, sofreu comigo e Marina 3 dias falando a mesma coisa quando ele vinha enxer o saco sobre fantasia.
Na verdade eu já tinha pensado, a gente ia colocar uma roupa preta e minha mãe fazia uma maquiagem e nós íamos meio que de góticas.
Um dia antes da festa meu irmão vem me falar que teríamos que estar na casa do menino as 14 horas. Quase morri né, tava crente que ia dormir atéé e só ia pra festa de noite. Eu e Marina já estavamos certas de que essa festa seria a maior cilada da vida.
No dia da festa, a casa inteira começou a correr atrás de fantasia pra nós três. Depois de revirarmos o arco da velha chegamos às seguintes fantasias:
- eu, Gata preta - Tínhamos desistido da parte de fazer medo (na verdade cogitamos em fazer uma marca de sangue escorrendo da minha boca mas depois mudamos de idéia). Mas se eu pensar no gato preto aqui de casa, ele pode fazer muito medo às vezes.
- Marina, gótica
- Arthur, cientista louco - A fantasia mais legal (minha mãe disse que ela ou seus filhos sempre ganham os concursos de fantasia).
Almoçamos (fazia tempo que não comíamos em 10 pessoas, amo a casa cheia), liguei pro meu pai e depois Caroline (adoro ela, pena que ela raramente vem em casa) nos levou.
Chegando na casa do menino, só tinha ele (e não estava fantasiado). Já chegamos logo na certa conclusão de que não precisávamos estar lá as 14 hrs.
Depois chegou um outro menino com a roupa meio furada fantasiado de mendigo. O dono da casa colocou sua fantasia, muito irada por sinal (uma pessoa sem cabeça) e fomos nós 5 pedir doces. Eu disse que estava muito cedo e ninguém acreditou. Na primeira casa que passamos eles também perceberam isso e voltamos pra casa do amigo. Ninguém merece ter que sair de casa fantasiada em pleno dia né.
Na casa do amigo jogamos vários jogos, Tarô que minha família tinha me ensinado, um outro que só eu não sabia e perdi feio, jogo de fazer desenho...
Depois de muito muito tempo jogando, já de noite, as outra pessoas chegaram. As primeiras que chegaram não estavam fantasiadas e a gente quase matou o Arthur. De longe ele era o mais empolgado com essa história de fantasia e tal. As outras pessoas chegaram e nós totalizamos 12.
Algumas fantasias: outro gato preto, uma menina com um tiro na cabeça (perfeita a maquiagem) e uma vampira (perfeita também). Tinha uma menina com uma roupa do estilo da roupa da Marina, mas nós achamos que é o jeito normal dela se vestir haha, ela colocou uma orelinha rosa de coelho na cabeça(?).
Saímos pelas ruas do Touvet pedindo doces. Muita gente já tinha comprado porque sabia que iam pedir. O engraçado era que todo mundo fazia a mesma coisa, já vinha com doces na mão aí quando abria a porta se espantava e falava "Nossa, vocês são muitos, vou pegar mais". Porque geralmente são grupos de no máximo 5 pessoas que fazem isso (e crianças), nós éramos uma dúzia.
Ás vezes alguém se assustava, como uma mulher que quase morreu quando viu Arthur, tinha gente que fazia piadinhas, outros elogiavam as fantasias... todo mundo muito gentil.
A cena da gente na rua parecia de filme, imagina uma pequena vila francesa com várias casas antigas, algumas ruas estreitas e floresta em volta. Eu e Marina íamos andando e imaginando as cenas: "agora é a hora em que o portão da casa se fecha atrás da gente e nós ficamos presas...", "agora é a hora que algum menbro do grupo desaparece" haha muito divertido.
Teve uma hora que não sei porquê a gente entrou no meio da floresta, foi muito sinistro, tudo escuro com uma caminhozinho e árvores dos dois lado. A gente ficava correndo pra não ficar atrás de todo mundo. E o medo de olhar pra trás? haha
Depois de andarmos muito e conseguirmos muitas balas e duas cervejas voltamos pra casa do amigo onde sua mãe preparou um delicioso Racletti e crepe também!
Comemos demais e fomos para uma salinha brincar/ jogar. Aqui as festas são assim, as pessoas ficam mais juntas e jogam, conversam e etc. Brincamos de várias coisas inclusive de verdade e consequência (revivendo os 12 anos), fizemos o Arthur descer na boca da garrafa haha, os franceses adoraram nossa prenda, porque normalmente a prenda deles são coisas muito sem graças como imitar um gato (eu tive que fazer isso, vocês não tem noção das perguntas da verdade haha).
Meia noite tivemos que ir embora e perdemos uma outra festa que eles disseram que é o "aprés" (depois) na casa de uma outra menina porque seria mais alcoolizada. Pelo jeito aqui, dependendo da família, as festas não são iguais no Brasil que tem o pré o durante e o depois.
Voltamos mais cedo que todo mundo porque no outro dia acordaríamos cedo para ir pra Genebra!
Amei fazer um verdadeiro Halloween, mais um "check" pra coisas que nunca tinha feito.
Divisão de doces
Um comentário:
OI LAIZA
TA MUITO LEGAL O EU BLOG
ASSIM A GENTE CONSEGUE ACOMPANHAR SEU DIA A DIA. E VIJAR JUNTO COM VOCE .
CONTINUE A ESCREVE-LO DEPOIS A GENTE FAZ UM LIVRO DA FAMILIA VAI SER LEGAL LE-LO DAQUI ALGNS ANOS. VOCE FALOU QUE O TEMPO TEM PASSAD MUIOT RAPIDO A UNICA FORMA DE PARA-LO E TIRANDO FOTOS E ESCREVENDO COMO VOCE ESTA FAZENDO
TE AMO
BEIJOS
PAPAI
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